domingo, 13 de janeiro de 2008

Fumo e fumícios

Andava ontem pela estrada,
Não via nada, não via estrada.
Parti pelas altas horas da madrugada
Sem cerveja, já, era só estrada.

Transformado em cevada,
Em troncos descascados de homem,
Partia cacos da estrada,
Dormindo em sonhos de nada.

Partindo e chegando ao vazio
Duma noite incompleta
Sem sentido, sem necessidade
Esvaziada, estava a cidade.

Ficou um cheiro apenas
A tempos que não existem
A magia que foi propagada
E que descascada não deixou nada.

Perguntas, respostas, ficam para ninguém
As pôr ou responder. Sem sentido,
Não há ninguém que invente mais nada.
Resta deixar ir o sono, achar-se a si próprio.

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