segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Visions of Humanity: The beauty eating the beast

Oh Oh Oh! Merry Xmas Bail out!

Para este Natal
Nada mais do que ler o Jornal
e ver de facto o Pai Natal
a dar presentes em forma de "bail out"
Aos meninos e meninas que tiveram a portar-se mal
Sem que (aparentemente) ninguém se tivesse apercebido
Até este Natal.
 
O resto do mundo
Que sempre estendeu a mao
Nao vale a pena
Porque nao têm lá nada investido
À espera de um retorno.
 
Felizes Festas a todos
aqueles que têm razoes para celebrar

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

(vejo passar gente monstruosa através
da montra do café. Pesadelo.)

Alguns destes monstros,
já nasceram como os vejo de mordaças de pano cru,
açames de gelo,
simulacro de dentes com a fome a sorrir (chora-se melhor assim),
silêncio por fora das palavras
de que ninguém já sabe o sentido
sem desterro.

Outros entraram nas escolas
de bocas ainda livres
- mas logo corriam os senhores professores com agulhas enfiadas de treva

a coserem-lhes os lábios
com teias de aranha.
E ai de quem não desaprendesse
que os números têm a cor misteriosa dos dedos
- e fechem por favor as crianças nos quartos às escuras,
ensinem-nas a sonhar
a instrução primaria dos cárceres
(contando que não sonhem alto).

Os mais velhos,
esses operam-se,
substituem-se-lhes as cordas vocais por guitarras de açúcar
ardente,
enquanto se colam nos lábios dos ditadores
mecanismos com espelhos para darem a ilusão do diálogo,
e pequenos aparelhos transparentes de repetir ecos.

Outras vezes encosto-me
à porta do café
à espera do Carlos ou do Fafe
contente de haver raparigas luminosas nos intervalos,
todas tão ágeis nas suas mordaças de cetim implácido,
tules de voos mentais,
filtros de véus de mel
a cheirarem tão bem a palavras lúcidas
atravessadas de risos e salivas.

De vez em quando
apetece-me quebrar os vidros do café
e perguntar aos monstros
(por gestos, visto as próprias palavras já serem mordaças)
como conseguem comer
com dentes de algodão em rama?
E onde aprenderam a sorrir assim
com a gengivas forradas de sedas de punhal
e arame farpado nos bocejos?
- como se as mordaças tornassem o mundo mais azul
e as línguas beijassem melhor
fechadas em redomas de cristal.

Agora só falta amordaçar o resto,
o vento, os pássaros, as fontes, os vulcões, o fogo,
as maças, os oboés, os tufões.
a desordem do sonho.

A desordem, sim. Porque a desordem já começou - informam os Jornais
com alarde de tinta inquieta.
A desordem que vai destruir os tijolos do sono
nesta cidade
edificada com perfumes mortos
e materiais de luz
por arquitectos que usam principalmente a argamassa do sol
traçada de céu vivo
na construção de cofres subterrâneos dos Bancos Loucos
onde os poetas guardam o ouro nas nuvens dos poentes
para as reformas na velhice.

Sim. Garantem.me e eu confirmo,
graças aos sinais secretos que aprendi para furar as mordaças
(ai dos poetas que não rasgam as mordaças nem as pedras!)
que já começou a desordem.

Mas uma desordem tão compassada e grave
que, pela primeira vez, não me apetece gritar
com os outros,
os que só agora repararam nas mordaças
e deixaram de ouvir
os violinos de viverem mortos,
como quem pede desculpa de haver relâmpagos e trovões
- a falsa linguagem dos gigantes das alturas
que faz tremer o mundo
quando se torna humana.

Mas não assim, nas bocas cerradas à força com adesivos
destes pobres anões montados em sombras de burros espectrais
que apodrecem amordaçadamente dos cascos às crinas
e mesmo quando zurram não arreganham os dentes
para acordar o marasmo do pântano
onde os combatentes continuam e continuarão até à última caveira do Sol.

- só com o furor de ecos
em busca de lâminas
nas manhãs desistentes.

José Gomes Ferreira

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Falamos do mal que nos deixaram, sem saber ainda cheirar o jasmim.
Andamos às voltas e voltas, à procura de um nectar antigo com o sabor do passado.
Regurgitamos fúrias , palavras e frases oportunas, mas agitamo-nos de medo ao nos pensarmos sós.

who am i? who are we?
Some souls flow like clear water.
They pour into our veins.
and feel like wine.

I give in to that. I fall flat.
We can sail this boat lying down!

Jelalludin Rumi

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

=== GAME OVER, PLEASE INSERT COIN ====

É a puta da loucura!
 
Toda a gente se ri quando o outro chora
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente dorme de olhos abertos
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente aspira a ganhar mais em troca
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente ensaia como viver
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente fala para nao dizer nada
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente acorda com medo de nao voltar a adormecer
 
É a puta da loucura!
 
Toda a gente está a olhar, mas ninguém vê
 
É a puta da loucura!
 
=== GAME OVER, PLEASE INSERT COIN ====

Volumpia

O que é feito da ilusao?
A expectativa, a força imensa que te faz acreditar que é isso mesmo?
 
Onde é que ficou, ou para onde foi?
 
Justamente admirava essa capacidade de motivaçao, de charme, de arrogancia que permitia andar para a frente e sorrir frente às adversidades e contorná-las em slow-motion quase que roçando o abismo.
 
O Tempo passa e deixa-nos mais maduros, é certo.
Mas nao vale a pena madurar se é para apodrecer